Venda tinha sido suspensa no início de março após detecção de caso atípico de vaca louca. Exames descartaram risco de contágio do rebanho; decisão vale para abates a partir desta sexta
Porto Velho, RO - O governo da China suspendeu o embargo à importação de carne bovina produzida no Brasil, informou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, à TV Globo.
A decisão foi informada pelo governo brasileiro três dias antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcar para a China, onde deve se encontrar com Xi Jinping para discutir, entre outros temas, avanços na pauta comercial entre os países.
Segundo o Ministério da Agricultura, a decisão vale para animais abatidos a partir desta sexta-feira (24).
Fávaro embarcou para a China na última segunda (20), quase uma semana antes da comitiva presidencial, e se reuniu com o ministro responsável pelo controle aduaneiro do país asiático, Yu Jianhua.
Semanas de suspensão
China, Tailândia, Irã e Jordânia suspenderam as importações de carne bovina de todo o Brasil, no início de março, após um caso de vaca louca ter sido identificado no Pará no fim de fevereiro.
Laboratórios internacionais, naquele momento, já tinham identificado que o caso de vaca louca era atípico e resultado do envelhecimento natural do animal. Na prática, isso significa que não havia risco de contaminação do rebanho. Veja detalhes no vídeo abaixo:
A Rússia, naquele momento, embargou apenas a carne exportada do Pará. Segundo o governo, a decisão afetou uma única planta frigorífica do estado porque as demais já não exportavam carne para o país europeu.
No caso da China, o próprio Brasil já havia suspendido as exportações por conta própria em razão desse caso isolado. O acordo bilateral entre as nações define "autoembargo" quando problemas desse tipo são detectados.
A decisão de manter a suspensão ou retomar a compra, no entanto, cabe à China. Nas últimas semanas, o governo brasileiro enviou informações ao parceiro comercial sobre o andamento da apuração do caso para subsidiar essa retomada.
Em 20 anos de monitoramento da doença, o país nunca identificou a forma mais tradicional, que é quando o animal é contaminado por causa de sua alimentação, explicou Vanessa Felipe de Souza Médica-Veterinária, Virologista, Pesquisadora da Embrapa Gado de Corte.
Fonte: G1/RO
0 Comentários