Porto Velho, RO - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates (foto), publicou um longo fio no X, ex-Twitter, no sábado, 18, com um balanço do seu primeiro ano de gestão. No texto, ele destaca, entre outras coisas, que tem “muito orgulho de ter recebido diretamente do Presidente Lula a missão de liderar a primeira empresa em que trabalhei”. Reportagem do jornal O Globo desta segunda-feira, 20, ajuda a entender o longo texto.
Segundo o jornal carioca, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, vai apresentar a Lula nesta semana uma sugestão de substituto para Prates: Marcus Cavalcanti, secretário do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e ex-secretário de Infraestrutura da Bahia, ana época em que Costa foi governador.
O pano de fundo da sugestão é um discordância sobre os rumos da empresa que opõe Prates a Costa e ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Os ministros cobram redução nos preços dos combustíveis e mais detalhes sobre proposta da diretoria da Petrobras para transição energética, que faz parte do plano estratégico para os próximos cinco anos.
“Tanto os aliados de Silveira quanto os minoritários se queixam de não terem detalhes do que exatamente será feito e nem dados suficientes sobre a viabilidade financeira dos investimentos – nem desses, nem de outros setores, como os planos para a área de fertilizantes, estaleiros ou a entrada de um novo sócio na petroquímica Braskem”, diz O Globo.
Prates reclama de falta de confiança e já teria começado a se movimentar para tentar sobreviver às pressões. O texto que publicou em sua própria defesa no fim de semana, no qual mantém o acento que o nome Petrobras já perdeu há décadas, atesta a preocupação.
Leia a íntegra:
“Este ano, a Petrobras avançou com uma nova estratégia comercial que prioriza o não repasse da volatilidade do mercado internacional do petróleo. Não queremos mais levar para dentro da casa do consumidor a incerteza gerada por fatores geopolíticos imprevisíveis.
Na sua condição de empresa estatal mista, a Petrobrás pode e deve gerir sua estrutura de forma eficiente e rentável ao mesmo tempo em que contribui para que o País tire bom proveito da autossuficiência em petróleo e da grande capacidade de refino que possui.
Em 2017, quando o ‘Governo Temer’ instituiu o tal ‘Preço de Paridade de Importação’ (ou PPI), foram realizados 118 movimentos nos preços; cada um desses disparando efeitos econômicos e sociais. Um caminhoneiro não conseguia estimar um frete, pois um conflito do outro lado do planeta poderia inviabilizar seu retorno para casa.
O problema do caminhoneiro também é problema para a logística de abastecimento nacional, para o deslocamento de bens e serviços, e para a economia em geral.
Estamos mostrando, na prática, que dá para fazer diferente, sem simplificações infantis, sem casuísmos negligentes, sem bravatas ou improvisos, mas com inteligência, transparência e responsabilidade.
Nesses seis meses da nova estratégia, realizamos 4 ajustes na gasolina e 3 no diesel. Nesse mesmo período, o barril de petróleo foi negociado em valores entre US$ 71 e US$ 95, e afetado por diversos eventos de impacto global como guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.
Só para dar um exemplo a quem não é acostumado com esse mercado, o barril começou o dia de ontem sendo vendido da US$ 77, e, enquanto eu escrevia estes posts, o preço no mercado voltou para acima de US$ 80. Posto abaixo os graficos dos ultimos 10 dias do Brent ICE, Rbob e HO, mostrando justamente o sobe e desce do mercado. Posto tb um grafico da Volatilidade Historica do Brent (janela 60 dias) mostrando como ela vem subindo desde setembro, atingindo quase 35%.
Não faz sentido agir por impulso ou açodamento – como fez o Governo Bolsonaro todo o tempo, quanto a isso. Canso de repetir: a Petrobrás não ‘FAZ’ o preço do mercado, e tem sua política comercial definida de acordo com seus parâmetros técnicos, logísticos e operacionais. Portanto, a Petrobrás fará ajustes quando e como tais parâmetros indicarem pertinência.
Para que o MME, órgão da União, possa orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente, será necessário seguir a Lei 13.303/16 e o Estatuto Social (art. 3o, parágrafo 4o e seguintes):
• a União deverá orientar formalmente a Petrobras por meio de um ato normativo (lei ou regulamento);
• deverá firmar contrato, convênio ou outro ajuste estabelecendo as condições em que se dará, com ampla publicidade;
• os custos e receitas referentes a medida deverão ser discriminados e divulgados de forma transparente, inclusive no plano contábil;
• a proposta de orientação da União deverá ser submetida ao Comitê de Investimentos e ao Comitê de Minoritários, que avaliará se as condições a serem assumidas pela Petrobras requerem que a União compense a Petrobras pela diferença.
Temos alcançado recordes tanto na produção de petróleo e gás como no refino e comercialização de seus derivados, sempre inovando com sua tecnologia e o empenho dos petroleiros e petroleiras por cada vez mais eficiência e por uma pegada de carbono cada vez menor. Nos últimos dias, ultrapassamos grandes congêneres como BP e Equinor em valor de mercado, e alcançamos o recorde histórico da cotação das nossas ações, mesmo anunciando reduções racionais e compreensíveis na distribuição de dividendos.
Estamos preparados para investir muito e devolver ao Brasil empregos, oportunidades, desenvolvimento e muita energia, por muitos anos mais.
São ainda poucos meses, mas de muito trabalho, em diálogo constante com toda a sociedade, que tem visto a empresa comunicar ajustes nos seus preços e que tem cobrado que as nossas reduções também cheguem aos postos. Somos desafiados todos os dias a buscar produtos melhores, com preços competitivos, ao mesmo tempo em que aprimoramos a qualidade dos empregos que geramos e mantemos.
Tenho muito orgulho de ter recebido diretamente do Presidente Lula a missão de liderar a primeira empresa em que trabalhei (e da qual nunca me distanciei) em um momento tão importante para a construção de sua transição para uma nova fase histórica e fundamental. A Petrobras merece uma gestão verdadeiramente preocupada com seu futuro e com o futuro do Brasil e do planeta, e todos os dias agradeço pela confiança depositada em mim e na diretoria que me acompanha nesta jornada desafiadora.”
“Este ano, a Petrobras avançou com uma nova estratégia comercial que prioriza o não repasse da volatilidade do mercado internacional do petróleo. Não queremos mais levar para dentro da casa do consumidor a incerteza gerada por fatores geopolíticos imprevisíveis.
Na sua condição de empresa estatal mista, a Petrobrás pode e deve gerir sua estrutura de forma eficiente e rentável ao mesmo tempo em que contribui para que o País tire bom proveito da autossuficiência em petróleo e da grande capacidade de refino que possui.
Em 2017, quando o ‘Governo Temer’ instituiu o tal ‘Preço de Paridade de Importação’ (ou PPI), foram realizados 118 movimentos nos preços; cada um desses disparando efeitos econômicos e sociais. Um caminhoneiro não conseguia estimar um frete, pois um conflito do outro lado do planeta poderia inviabilizar seu retorno para casa.
O problema do caminhoneiro também é problema para a logística de abastecimento nacional, para o deslocamento de bens e serviços, e para a economia em geral.
Estamos mostrando, na prática, que dá para fazer diferente, sem simplificações infantis, sem casuísmos negligentes, sem bravatas ou improvisos, mas com inteligência, transparência e responsabilidade.
Nesses seis meses da nova estratégia, realizamos 4 ajustes na gasolina e 3 no diesel. Nesse mesmo período, o barril de petróleo foi negociado em valores entre US$ 71 e US$ 95, e afetado por diversos eventos de impacto global como guerras na Ucrânia e no Oriente Médio.
Só para dar um exemplo a quem não é acostumado com esse mercado, o barril começou o dia de ontem sendo vendido da US$ 77, e, enquanto eu escrevia estes posts, o preço no mercado voltou para acima de US$ 80. Posto abaixo os graficos dos ultimos 10 dias do Brent ICE, Rbob e HO, mostrando justamente o sobe e desce do mercado. Posto tb um grafico da Volatilidade Historica do Brent (janela 60 dias) mostrando como ela vem subindo desde setembro, atingindo quase 35%.
Não faz sentido agir por impulso ou açodamento – como fez o Governo Bolsonaro todo o tempo, quanto a isso. Canso de repetir: a Petrobrás não ‘FAZ’ o preço do mercado, e tem sua política comercial definida de acordo com seus parâmetros técnicos, logísticos e operacionais. Portanto, a Petrobrás fará ajustes quando e como tais parâmetros indicarem pertinência.
Para que o MME, órgão da União, possa orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente, será necessário seguir a Lei 13.303/16 e o Estatuto Social (art. 3o, parágrafo 4o e seguintes):
• a União deverá orientar formalmente a Petrobras por meio de um ato normativo (lei ou regulamento);
• deverá firmar contrato, convênio ou outro ajuste estabelecendo as condições em que se dará, com ampla publicidade;
• os custos e receitas referentes a medida deverão ser discriminados e divulgados de forma transparente, inclusive no plano contábil;
• a proposta de orientação da União deverá ser submetida ao Comitê de Investimentos e ao Comitê de Minoritários, que avaliará se as condições a serem assumidas pela Petrobras requerem que a União compense a Petrobras pela diferença.
Temos alcançado recordes tanto na produção de petróleo e gás como no refino e comercialização de seus derivados, sempre inovando com sua tecnologia e o empenho dos petroleiros e petroleiras por cada vez mais eficiência e por uma pegada de carbono cada vez menor. Nos últimos dias, ultrapassamos grandes congêneres como BP e Equinor em valor de mercado, e alcançamos o recorde histórico da cotação das nossas ações, mesmo anunciando reduções racionais e compreensíveis na distribuição de dividendos.
Estamos preparados para investir muito e devolver ao Brasil empregos, oportunidades, desenvolvimento e muita energia, por muitos anos mais.
São ainda poucos meses, mas de muito trabalho, em diálogo constante com toda a sociedade, que tem visto a empresa comunicar ajustes nos seus preços e que tem cobrado que as nossas reduções também cheguem aos postos. Somos desafiados todos os dias a buscar produtos melhores, com preços competitivos, ao mesmo tempo em que aprimoramos a qualidade dos empregos que geramos e mantemos.
Tenho muito orgulho de ter recebido diretamente do Presidente Lula a missão de liderar a primeira empresa em que trabalhei (e da qual nunca me distanciei) em um momento tão importante para a construção de sua transição para uma nova fase histórica e fundamental. A Petrobras merece uma gestão verdadeiramente preocupada com seu futuro e com o futuro do Brasil e do planeta, e todos os dias agradeço pela confiança depositada em mim e na diretoria que me acompanha nesta jornada desafiadora.”
Fonte: O Antagonista
0 Comentários