Marcada para esta segunda-feira (18/3), a primeira reunião ministerial do ano deve discutir mudanças na comunicação e pautas positivas
Porto Velho, RO - A queda dos resultados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de opinião divulgadas em março provocou movimentações dentro do governo federal. Na reunião ministerial desta segunda-feira (18/3), há a expectativa de que Lula cobre ações positivas de seus ministros. Entre os assuntos em pauta, devem estar a comunicação do governo e as ações para tentar reverter a alta nos preços dos produtos básicos no país.
Será a primeira reunião ministerial do ano, com a expectativa de ter todos os ministros juntos no Palácio do Planalto. O último encontro desse tipo ocorreu em dezembro, quando Lula deu orientações para os titulares das pastas seguirem em 2024.
No entanto, encontros que reúnem todos os ministros são raros, e em 2023 o presidente preferiu fazer conversas segmentadas em infraestrutura e social.
No que diz respeito à inflação, preocupação de primeira hora do presidente, desde a última segunda-feira (11/3), Lula tem feito agendas sobre o tema. Após reunião com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, o chefe do Executivo escreveu no X:
“Conversamos sobre o que pode ser feito para reduzir o preço de alguns produtos e alimentos, bem como ações para estimular a produção agrícola. Nosso compromisso é trabalhar para resolver os problemas reais do povo brasileiro”.
O ministro Fávaro previu diminuição no preço do arroz entre março e abril. Segundo o titular da Agricultura, a expectativa é de redução de até 20%, proporcional à queda para os produtores.
“Ao produtor caiu muito rápido, mas no supermercado pouco ainda aconteceu. Ele [supermercado] tem de acabar esse estoque para comprar a nova safra. Que esse processo seja o mais rápido possível. De março para abril, já começa a cair”, afirmou após reunião com o presidente, na última quinta-feira (14/3).
O governo também tem feito acenos ao agronegócio na expectativa de se aproximar de empresários e impulsionar a produção agrícola. Na semana que vem, Lula deve convidar representantes do setor para um “churrasquinho” na Granja do Torto, onde fica a casa de campo da Presidência.
Além disso, o chefe do Executivo ampliou as viagens a estados em que a atividade predomina, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás e Tocantins.
Postura diferente
Quanto à comunicação, já há um indicativo de mudança de postura para tentar passar uma impressão mais positiva. Na última semana, usuários de redes sociais, como o X (antigo Twitter), começaram a apontar diferenças nos vídeos publicados na conta oficial do presidente. As gravações, agora, adquiriram um tom mais informal e um contato direto com Lula.
Uma postagem de terça-feira (12/3) mostra o chefe do Executivo saindo de um elevador no Palácio do Planalto e caminhando rumo ao seu gabinete, enquanto conversa diretamente com a câmera sobre o que seria anunciado mais tarde em evento.
Outro vídeo, do mesmo dia, trouxe Lula com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, falando, novamente, de maneira direta para a câmera. O estilo anterior para posts desse teor era com fotos de reuniões e apenas texto escrito na postagem, sem uma declaração tão direcionada ao usuário.
Após a primeira semana de março, o governo federal implementou também o projeto Secom Volante, pensado para “apresentar e detalhar as políticas de comunicação do Governo Federal nos estados e municípios”, com promessa de “passar pelas 27 capitais nos próximos meses”, segundo anúncio da Presidência.
Nos dias 11 e 12 de março, houve a estreia do programa, em que o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social (Secom), percorre municípios com alguns outros ministros.
O primeiro local escolhido foi Belém (PA), onde Pimenta teve a companhia dos seguintes ministros: Juscelino Filho (Comunicações), Jader Filho (Cidades), Celso Sabino (Turismo), Marina Silva (Meio Ambiente) e Silvio Almeida (Direitos Humanos).
Polêmicas
Há a percepção de que as falas “polêmicas” de Lula sobre assuntos internacionais tiram espaço do trabalho feito em solo nacional. Recentemente, o petista citou mais de uma vez o “genocídio” cometido por Israel na Faixa de Gaza, o que gerou repercussões na relação com outras nações.
A oposição também criticou as declarações do chefe do Executivo sobre as eleições na Venezuela, marcadas para julho. O presidente brasileiro orientou que não se questionasse o pleito antes de ele, de fato, ocorrer.
No mesmo discurso, Lula lembrou de quando esteve impedido de disputar a Presidência em 2018: “Em vez de ficar chorando, indiquei outro candidato“. A principal opositora do venezuelano Nicolás Maduro, María Corina Machado, questionou um suposto machismo por parte do petista.
“Eu chorando? Diz isso por que sou mulher? Não me conhece”, ela escreveu no X (antigo Twitter), ao republicar a declaração de Lula.
Fonte: Metropoles
0 Comentários