A organização, no entanto, descarta uma vacinação em massa, recomendando que os alvos sejam pessoas com risco elevado de contaminação
Um profissional de saúde coleta uma amostra no centro de tratamento Mpox do hospital geral de referência de Nyiragongo, ao norte da cidade de Goma, na República Democrática do Congo. Foto: GUERCHOM NDEBO / AFP
Porto Velho, RO - A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta segunda-feira (19) que países afetados pela recente variante de mpox lancem planos de vacinação em áreas onde casos foram registrados. Entre as nações que mais sofrem com a doença estão a República Democrática do Congo, o Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.
A OMS pede que a imunização seja iniciada em todas as regiões onde infecções foram detectadas e onde a doença foi declarada no período de duas a quatro semanas atrás. No entanto, a organização descarta a vacinação em massa, recomendando que os alvos sejam pessoas com risco elevado de contaminação. Entre elas estão indivíduos que tiveram contato físico com doentes, inclusive trabalhadores do setor da saúde.
A agência de saúde da ONU também aconselha o estabelecimento ou reforço de acordos de cooperação transfronteiriços para o rastreamento e a gestão de casos suspeitos de mpox, além da transmissão de informações a viajantes e a empresas de transportes. A OMS descarta, no entanto, a necessidade de “recorrer a restrições gerais de deslocamentos ou de comércio” que, segundo a instituição “teriam um impacto inútil às economias locais, regionais ou nacionais”.
Outra recomendação diz respeito à determinação ou ao reforço de estratégias de coordenação de intervenções de emergência em nível nacional e local, com o objetivo de rastrear a doença, bem como testá-la, diferenciando as variantes e sinalizando os casos de forma ágil e em uma base semanal. Para finalizar, a OMS ainda faz um apelo em prol da melhora da pesquisa, da luta contra a estigmatização relacionada à doença e da melhora das competências dos trabalhadores da saúde, fornecendo-lhes equipamentos para a proteção individual.
Estado de emergência
Na última quarta-feira (14), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou a mpox como uma emergência de saúde pública internacional. O anúncio foi feito após o aumento de mortes e contaminações na República Democrática do Congo devido à variante 1b, mais perigosa e contagiosa que a precedente, que atinge também o Burundi, o Quênia, Ruanda e Uganda.
A agência de saúde da ONU já havia tomado a mesma decisão em 2022, quando uma epidemia impulsionada pela variante 2b se espalhou pelo mundo. Mas o alerta foi retirado em maio de 2023.
Entre os quase 19 mil casos recentes de mpox no continente africano, 16.800 contaminações suspeitas ou confirmadas foram registradas na República Democrática do Congo, epicentro da epidemia, onde mais de 500 pessoas morreram desde o início deste ano por complicações relacionadas à doença.
O primeiro caso de infecção da variante 1b no continente europeu foi anunciado na última quinta-feira (15) na Suécia. Já o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, declarou “estado de vigilância máxima” do sistema de saúde do país na sexta-feira (16). O governo da França deve fazer novos anúncios nesta semana sobre os futuros protocolos a serem seguidos.
As Filipinas anunciaram nesta segunda-feira ter detectado uma primeira infecção, mas até o momento a variante não foi revelada. Já a contaminação identificada no Paquistão não tem relação com a 1b, afirmaram as autoridades sanitárias locais.
Fonte: Carta Capital
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