Deputado federal Fernando Máximo, ex-secretário de Saúde, é alvo de inquérito que aponta uso de "laranjas" em contrato milionário

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Deputado federal Fernando Máximo, ex-secretário de Saúde, é alvo de inquérito que aponta uso de "laranjas" em contrato milionário

Investigação da PF revela possível esquema de corrupção em contratos de ambulâncias em Rondônia

Porto Velho, RO - A Polícia Federal (PF) está conduzindo uma investigação que pode revelar um esquema de corrupção envolvendo contratos de ambulâncias no estado de Rondônia. O inquérito número 2021.0002937 tem como foco principal o deputado federal Fernando Máximo (UB-RO), que era secretário de Estado da Saúde durante a pandemia de COVID-19.

O contrato em questão, no valor de R$ 3.222.462,96, envolvia serviços de UTI aérea e o aluguel de 10 ambulâncias. A empresa vencedora da licitação, Instruaud Sistema Integrado de Cuidados e Administração, levantou suspeitas devido a irregularidades encontradas durante a investigação.

Segundo o relatório da PF, a empresa contratada está registrada em nome de duas enfermeiras que trabalhavam no Hospital Santa Marcelina. Uma delas recebia um salário mensal de apenas R$ 1.780,45, enquanto a outra ganhava aproximadamente R$ 5 mil por mês. Surpreendentemente, uma das enfermeiras teria adquirido dez ambulâncias no valor de R$ 350 mil cada, totalizando R$ 3,5 milhões, para a prestação do serviço à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

As investigações apontaram para possíveis "laranjas" sendo utilizados no esquema. Os agentes da PF não conseguiram localizar a residência de uma das enfermeiras, nem o endereço da empresa contratada. No endereço da outra enfermeira, supostamente proprietária das ambulâncias, foi encontrado apenas um Fiat Uno 2006, em vez dos veículos de alto valor registrados em seu nome.

Um dos aspectos mais alarmantes da investigação foi a descoberta de "movimentações atípicas" nas contas bancárias relacionadas ao caso. Na conta do marido de uma das enfermeiras, foram detectadas transações que somam mais de R$ 30 milhões, com R$ 15.212.114,00 de entrada e exatos R$ 15 milhões de saída. Esses valores foram movimentados pela esposa, pela filha e por uma empresa chamada Aud Vidas Assessoria, que parece funcionar apenas para movimentação financeira, segundo a PF.

Outro indivíduo envolvido no caso, um técnico de edificações com renda mensal declarada de R$ 1.800,00, apresentou movimentação financeira atípica de R$ 1.659.437,00 em sua conta. Curiosamente, ele consta como sócio de uma construtora com capital social de R$ 500 mil.

As alegações de corrupção levantadas pela investigação da PF lançam uma sombra sobre a gestão de Fernando Máximo à frente da Secretaria de Saúde. O caso ressalta a importância de uma fiscalização rigorosa dos contratos públicos, especialmente em momentos de crise como a pandemia de COVID-19.

A investigação ainda está em andamento, e é fundamental que todos os envolvidos tenham a oportunidade de se defender das acusações. O Ministério Público e o Poder Judiciário terão papéis cruciais na análise das evidências apresentadas pela Polícia Federal e na determinação de possíveis responsabilidades criminais.

Além do contrato de ambulâncias, a investigação da Polícia Federal também se estende a um possível vínculo entre a empresa PEC Táxi Aéreo e Charlles Rodrigues Máximo, mais conhecido como Cauan, da dupla sertaneja Cleber e Cauan. Charlles é irmão do deputado Fernando Máximo e, segundo as investigações, utiliza um dos aviões da empresa.

Cauan, cujo nome de batismo é Charlles Rodrigues Máximo, nasceu em Ceres, Goiás, e faz parte de uma família com conexões políticas. Seu irmão, Fernando Máximo, além de deputado federal, ocupou o cargo de Secretário de Saúde de Rondônia. A inclusão de Cauan na investigação adiciona uma camada de complexidade ao caso, levantando questões sobre possíveis conflitos de interesse e uso indevido de recursos públicos.

Fonte: Painel Político

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